domingo, 4 de janeiro de 2009

balanço de fim de ano (1)

Fim de ano é época de balanço e acho que vale a pena fazer um relato sobre como se comportaram as minhas Harleys.

Vou começar com a Softail FX, modelo que conta com motor TC88B, injetada, roda dianteira de 21 polegadas e traseira de 150 polegadas. A última série fabricada antes da FX passar a usar o TC96B e roda traseira de 17 polegadas e pneu série 200. Eu comprei essa moto usada em maio de 2007 com 9078 quilômetros rodados. Essa moto é modelo 2004, fabricada em 2005 e o primeiro proprietário era do Espírito Santo. Pelo manual que foi entregue junto com a chave reserva, essa moto fez a primeira revisão (1600 km) em 23/03/2006 na loja do Rio de Janeiro e a segunda revisão (8000 km) em 10/11/2006 na loja JK de São Paulo.

Não dá para saber se havia algum problema ou não que tivesse sido resolvido em garantia, mas pela quilometragem rodada eu diria que a revisão de 8000 km deve ter sido adiantada ou a moto ficou algum tempo parada.

A moto era praticamente original, com ponteiras Screaming Eagle e Sissy bar destacável, com churrasqueira que foi retirada pelo antigo proprietário e custou R$ 32k. De cara mandei instalar o easy boy para tornar o uso da embreagem mais macio e custor R$ 180. O antigo proprietário trocou-a por uma Heritage Classic e a moto precisava ser vendida para cobrir a entrada da moto nova.

Como eu tinha a Fat, essa moto rodou muito pouco (saia com ela uma vez por semana) e tinha como objetivo fazer uma customização forte. Nessa época, minha esposa já tinha uma Yamaha Virago 535, decidi deixar a moto de forma que ela pudesse usar também.
Como a minha esposa tem uma estatura baixa (1,56 m) e muito leve (50 kg) e as Harleys são motos para pessoas altas e fortes, a customização começou com um rebaixamento das suspensões. No Rio me indicaram a Brazil Custom, que conseguia baixar a suspensão traseira usando um calço, mas não tinham como abaixar a suspensão dianteira, e com a traseira baixa e a dianteira normal, a moto teria a sua dirigibilidade bastante alterada.

Em junho de 2007, consegui uma pessoa que se animou com o desafio: Silvestre Pascoal, dono da Silvestone Motos em São Paulo. Levei a moto para São Paulo, mas no meio do caminho o pneu dianteiro furou e a moto terminou a viagem no reboque por conta do seguro da motocicleta. Eu acho que a moto teve a sua roda dianteira trocada, pois o pneu se encontrava bastante gasto e os raios estavam bastante enferrujados, não combinando em nada com a roda traseira.

A moto foi levada para a loja HD JK, em regime de urgência e teve o reparo feito com total presteza, sendo substituída a câmara de ar (R$ 90) e serviço custou R$ 210. Peguei a moto no sábado e levei para a Silvestone, onde o Silvestre iria fazer um orçamento. Foi pedido que levasse em conta a estatura da minha esposa e que a moto pudesse ser usada sem qualquer problema por ela.

O veredicto foi calço para os amortecedores traseiros (solução já dada pela Brazil Custom), troca de eixo que sustenta a mesa por um menor, que fez a suspensão dianteira abaixar, um novo banco solo com fixação mais adiantada e shape que desse maior sustentação para que a minha esposa ficasse mais próxima dos comandos da moto (feito sob medida pelo Mário, capoteiro com grande experiência indicado pelo Silvestre), alongadores para as pedaleiras para que os pés ficassem mais longe do motor, um pneu dianteiro novo para substituir o pneu que veio com ela, um fender trim de fabricação do próprio Silvestre para dar acabamento no paralama traseiro e um guidão novo, maior e em formato V-bar para que fosse melhorar a dirigibilidade já que o embuchamento do guidão original estava laceado. Total da brincadeira: R$ 3,5k. A moto ficou pronta em quinze dias e não pude pegá-la, resultado: carreto para o RJ com custo de R$ 400.

Com a moto pronta, minha esposa se aventurou a conhecê-la e se apaixonou pela criança. Manteve a Virago por mais dois meses e vendeu-a, passando a usar a FX em conjunto comigo. Mudei manetes e pedaleiras originais por modelos da Kuryakin (custo de R$ 750), troquei a roda dianteira por outra de liga leve (custo de R$ 2,4k) e aproveitei para trocar o pneu 90/90R21 que estava na “roda original” por um Metzeler 120/90R21 (custo de R$ 650), modificação que melhorou muito a dirigibilidade da moto.
A dirigibilidade da moto é um capítulo a parte. Com as mudanças na suspensões, os alongadores nas pedaleiras e o novo guidão, a moto teve seu centro de gravidade rebaixado e passou a fazer curvas com esforço mínimo e apesar da necessidade de tomar conta para não inclinar demais a moto nas curvas para não raspar o cano ou o descanso, a moto passou a ser uma referência em termos de estabilidade proporcionando uma segurança muito grande à minha esposa. Com a roda de liga leve e o pneu mais largo, o esforço para entrar nas curvas foi reduzido o que deixou a moto ainda mais agradável para pilotar.

Fizemos pequenas viagens (Petropólis, Teresopólis, São Pedro d´Aldeia, Búzios) e programamos uma viagem a SP, mas acabou não acontecendo. Com isso a moto rodou apenas 4000 quilômetros até abril de 2008 (quase um ano depois da compra) e como se aproximava a viagem para o XI HOG Rallye Nacional, decidi fazer novamente a revisão de 8000 km.

Essa revisão foi feita na loja HD RJ e regulou todos os cabos (a embreagem no máximo possível de folga para ajudar no uso), trocou óleo das bengalas, primária e motor, além do filtro de óleo. Como a moto já tinha mais de dois anos com o mesmo fluído de freio, troquei o fluído e as pastilhas dianteiras, mas mantive o jogo traseiro. Custo da revisão: R$ 1,2k.

Troquei o farol da FX pelo farol da minha Fat (tinha colocado um acabamento de farol da Road King, a cabeça de touro, e o meu farol estava sobrando), troquei a tampa da primária, ganhei uma bolsa de tanque, coloquei acabamentos cromados nos eixos dianteiro e traseiro e por fim troquei a lâmpada do farol (que já tinha trocado por conta de um curto circuito originado no chicote elétrico que sai do comutador de farol baixo/alto) por uma lâmpada superbranca da Phillips, que também tinha ganho. Custo dessas alterações: R$ 800.

A última manutenção da moto foi a troca do pneu traseiro (que ficou “quadrado” com o esforço na suspensão traseira): a moto estava com 17945 km, três anos de uso e o serviço foi feito na loja HD JK, pois não havia pneu na medida 150/80R16 no Rio. O novo pneu é Dunlop série HD (gostaria de ter encontrado um Metzeler, mas não consegui) e teve custo de R$ 850 incluindo o serviço de alinhamento e balanceamento, montagem e desmontagem da roda.

Excetuando-se o furo do pneu dianteiro, a moto nunca me deixou na mão. Usei os serviços das autorizadas mantidas pelo Grupo Izzo sem qualquer problema, sendo sempre muito bem atendido e o único problema é realmente a falta de peças (tive de ir a SP para trocar o pneu traseiro). Do mesmo modo, recomendo a Brazil Custom para serviços rápidos e colocação de acessórios. O Silvestre da Silverstone é “ours-concurs” e fez um trabalho fantástico nas suspensões da moto, melhorando muito a dirigibilidade, possibilitando minha esposa a usar a moto e tudo isso com um custo razoável, comparando com outras oficinas HDs autorizadas ou independentes.

Próximo passo: troca da roda traseira por uma de liga leve e fazer revisão quando se aproximar dos 20000 km (hoje está com 19000 km) que, com sorte, vai ser feita na HD Pimenta para ver se a reputação é merecida.

A moto teve um consumo normal durante esse período (cerca de 14 km/l na cidade e 22 km/l na estrada) com uso na maior parte de gasolina pódium (usa gasolina comum quando estamos em viagem) e nunca precisou de óleo nesse período. O motor 1450, sem qualquer modificação na injeção (usa apenas as ponteiras SE II), tem boa performance e dá muito prazer no uso, tanto na cidade quanto na estrada. Até agora, a moto custou R$ 11k para ser mantida e customizada (R$ 1,10/km rodado) e o seguro foi de R$ 1,7k para o período (endossou o seguro da Virago e renovou uma vez), sempre pela Porto Seguro.

No corredor entre os carros, a moto se comporta muito bem, o guidão V-bar ajuda muito na hora de passar pelos retrovisores e as suspensões rebaixadas requerem cuidado na hora de descer das calçadas e passar por quebra molas. A moto é show de bola!

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro Wolfmann, gostaria de saber como fazer com minha Fat Boy, pois substitui o cano original por um V&N Big Shot e com isso tive que retirar o motor que abre e fecha o cano original, me disseram que tenho que colocar um diodo conectado no lugar do motor, mas ninguém me dá uma informação precisa, agradeço a atenção marcusserodio@hotmail.com, Steel Goose Motogrou, Rio Pomba/MG

wolfmann disse...

o diodo é para evitar que apareça o erro e acenda a luz da injeção no seu painel, não vai impedir que você rode com a moto.

Não sei te dizer qual seria o capacitor a ser usado, mas te recomendo procurar o Jô na Brazil Custom (21 22268001 ou contatobrazilcustom@gmail.com) porque eu não tive esse problema: minha moto é 2006 e usei ponteiras SE.

Se você vier a investir no SEPST basta habilitar a função ACR que o código de erro será desabilitado também.

Abraço.