quarta-feira, 23 de março de 2016

custo de uma HD

Na minha última atualização sobre o custo da minha Fat, houve novamente um comentário perguntando sobre como fazer o cálculo.

Antes de mais nada é bom deixar claro que esse cálculo é mera "enrabação de mosquito". O único objetivo é acompanhar a vida da minha Fat Boy e mostrar que a manutenção de uma HD não é o maior problema para o bolso do proprietário.

Para fazer um cálculo realmente confiável seria preciso apropriar o valor gasto na compra, como esse valor poderia ser aplicado (custo de oportunidade), a depreciação da motocicleta, a vida útil esperada, além dos custos com seguros, impostos, combustível, estadias em garagens durante viagens e pedágios.

Só para dar uma ideia de como isso se torna complexo ao avaliar todos os parâmetros, os melhores sites de contabilidade estipulam como vida útil para um veículo cinco anos, com depreciação de 20% ao ano até chegar a zero, sem considerar o valor que poderia ser recebido na venda ao final dos cinco anos de uso.

Do mesmo modo, o custo de oportunidade aplicando o valor gasto no mercado financeiro pode render algo entre 10 e 15% (as vezes mais se fizer aplicações consideradas de risco alto) e em uma conta simplista, não comprando a moto e aplicando o dinheiro, você teria o valor de duas motos ao fim de seis anos (a Fat completa dez este ano).

Só com esses dois ítens você chega a conclusão que não vale a pena "investir" em um veículo: pela contabilidade sua moto valeria zero ao final de cinco anos e com seis anos compraria duas motos.

Se você olhar o mercado de usadas, vai ver que ao final de cinco anos a sua moto ainda vale alguma coisa, mas o dinheiro que você não aplicou faz falta para renovar a moto.

Como meu objetivo é contar a vida da moto, eu sempre comento sobre valores pagos em IPVA, DPVAT e seguros, mas nunca considerei que isso seja um custo de uso, mas sim um custo de propriedade, uma vez que você pode ser inadimplente no IPVA e DPVAT e nunca ter problemas por não ser fiscalizado, assim como pode não ter seguro e nunca ter oportunidade de usá-lo (meu caso nesses dez anos).

Pedágios, estadias e combustível: é uso, não é? Sim, mas você gastaria o mesmo com uma moto ou fazendo os percursos de carro. Portanto, para quem decide não usar o transporte público, esses custos são fixos podendo ser diminuídos conforme o veículo usado: a Fat gasta menos que um carro (mesmo os populares), mas muito mais que uma moto de baixa cilindrada.

Desse modo eu aproprio apenas os custos que tenho para usar a moto: manutenção e adequação ao meu uso. Apropriei ao longe desse tempo todos os custos que tive com as mudanças na moto (estéticas ou ergonômicas), manutenções periódicas e material desgastado.

Somo esses custos e divido pelo que já rodei. Na próxima ida à oficina, pego o custo na quilometragem que o cálculo foi feito, multiplico e somo ao novo gasto, para dividir pela nova quilometragem.

Você pode fazer isso a qualquer momento e com qualquer veículo e só mostra que quanto mais você usa, menos você gasta no cômputo geral, porque no momento do gasto os valores são sempre muito parecidos.

Considerando todos os parâmetros eu diria que o meu "investimento" na Fat Boy resulta em muito lucro: são muitas estórias, muitos amigos e a moto ainda vale mais do que os manuais teimam em afirmar. Afinal se ao fim de cinco anos ela não tem valor contábil, ao final de dez estou devendo outra moto.... e a Fat segue rodando... hehehehehe

Se querem uma sugestão: esqueçam o valor que você vai gastar. O retorno é o prazer que você pode ter para viver a vida melhor.

4 comentários:

Cristiano disse...

Eu uso, a muitos anos, um aplicativo para smartphone para estes cálculos (que substituiu o meu velho caderninho), para todos os veículos que possuo.

Eu uso o aCar (versão paga), mas isso vai ao gosto e adaptação de cada um.

A vantagem do aplicativo é ter todos estes cálculos considerados de forma automática (manutenção/km, custo total de propriedade/km, ou estatísticas por mês, dia, etc.). Neste caso eu incluo tudo: Valor de compra, valor de uma possível venda (FIPE) que atualizo anualmente, combustível, revisões, seguro, impostos, incidentes, etc. e considero ou não eles nas diferentes estatísticas.

Outra vantagem de usar um aplicativo é ter sempre "na mão" os dados, como por exemplo para saber a qualquer momento quando foi exatamente a última troca de pneu (tempo e km).

Como um exemplo, todos os gastos no últimos quase 7 anos do meu carro de uso diário (incluindo combustível, manutenção, seguro, impostos e a diferença do preço de compra/venda se eu vendesse o veículo hoje), foram de R$25/dia e R$0,79/km rodado (uso para ir e voltar do trabalho, férias, lazer, tudo). Considerando que, mesmo mantendo o veículo com manutenção exclusivamente na concessionária (Honda), prova o ponto do Wolfmann que o custo dilui muito se sua relação for mais longa com o veículo.

A moto está chegando.

Anônimo disse...

Wow, entāo o custo da minha está alto.

Seguindo a sua fórmula de soma, ou seja;
Acessórios e custo de revisões. A minha V-ROD, com 8360 km, está batendo os R$ 0,99/ Km rodado. Mas concordo contigo, agora, a tendência é baixar o custo do km rodado. Por isso, temos de rodar.

Em tempo, é sempre bom entrar aqui, colocar uma boa música e ler suas experiências.
Feliz Páscoa, bom domingo.

Ricardo (Ryaga)
Cartagena - Curaçao/ Navegando….

Vagner Carneiro disse...

Pela sua metodologia, meu custo está em R$0,54/Km. Creio que meu valor está um pouco acima do seu porque comprei a moto usada e estou ainda no primeiro ano (8 meses), ou seja, muita manutenção inicial com pneu, pastilha e revisão e ainda adequação (escape e guidão). A tendência é baixara, mas ainda tenho um pneu pra trocar pela frente.
O que me espantou foi a baixa durabilidade da pastilha. Tudo bem que uso a motoca todo dia para trabalhar neste transito pesado entre barra e Centro do Rio. Uso realmente muito o freio, mas 6.000Km achei muito pouco. estava com uma pastilha EBC.

wolfmann disse...

Vagner eu nunca usei a EBC. Sempre que viajo procuro trazer pastilhas e filtro de óleo, ítens de consumo que normalmente acabam sendo superfaturados na terra brasilis, mas nunca ouvi reclamações sobre essa marca.

O uso do freio traseiro no circuito urbano costuma ser intenso para quem tem o domínio das técnicas de condução em baixa velocidade e as pastilhas são as que mais sofrem.

Como parâmetro, minha média de troca de pastilhas traseiras é 8000 kms, muitas vezes ainda com meia vida para evitar voltar à oficina apenas para essa troca, e a troca das pastilhas dianteiras é 16000 kms.

Não quer dizer que não consigo uma durabilidade maior, na ocasião que a moto teve um uso rodoviário maior cheguei aos 16000 kms ainda sem chegar ao final e a dianteira chegou aos 24000 kms na mesma condição de uso.

Talvez um alívio no pé resolva esse consumo de pastilhas, usando mais o freio motor, mesmo dentro do corredor.

Abraço.